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“Assento Vivo”

Vila Nova de Famalicão, Portugal

Era uma cadeira.
Simples, funcional, invisível no seu silêncio quotidiano.
Durante anos suportou corpos, conversas, esperas, refeições, cansaços.
Testemunhou o peso de vidas inteiras sem nunca pedir protagonismo.
Mas agora, nesta instalação, a cadeira já não é apenas um suporte — é metamorfose.
O que antes era uma estrutura estática, ergue-se agora como um corpo em crescimento.
As linhas conhecidas da cadeira distorcem-se, desdobram-se, expandem-se como se respirassem.
As pernas alongam-se, curvam-se como ramos. O encosto desabrocha, entrelaça-se, funde-se com o ar.
É como se a cadeira, após tantas histórias guardadas em silêncio, ganhasse finalmente voz, e forma.
De objeto utilitário, ela torna-se um organismo.
De função, passa a expressão.
É uma construção, sim, mas viva.
Feita da memória de todos os que nela se sentaram, riram, choraram, esperaram.
Há algo quase vegetal no seu novo corpo: como se tivesse enraizado no chão do tempo, e agora florescesse.
Cada dobra é uma lembrança. Cada deformação, uma marca de presença.
A cadeira, cansada de apenas sustentar, decidiu crescer.
Transformou-se num lugar — não para sentar, mas para pensar, sentir, respirar.
A instalação do Coletivo A Casa ao Lado propõe esse deslocamento:
E se o objeto que sempre nos segurou agora pedisse para ser olhado?
E se o gesto automático de nos sentarmos se tornasse contemplação?
Na sua nova forma, a cadeira já não serve — ela existe.
E nesse existir, transborda significado.

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